POR VALOR ECONÔMICO
As vendas de cimento cresceram 1,7%, em junho, na comparação anual, para 5,5 milhões de toneladas, segundo dados do Sindicato Nacional da Indústria do Cimento (SNIC). A expansão é mais modesta do que o desempenho registrado até maio e resulta da base de comparação mais elevada a partir de meados de 2020.
A comercialização do insumo no país por dia útil aumentou 1,5% em junho.
No semestre, o volume comercializado no país cresceu 15,8%, ante os seis primeiros meses do ano passado, para 31,5 milhões de toneladas.
Um ano atrás, o setor enfrentou fortes chuvas em janeiro e fevereiro e o início da pandemia a partir de 15 de março, com forte impacto em abril e parte de maio.
O desempenho setorial foi bastante heterogêneo regionalmente. Na região Norte, tinha havido crescimento de 30,7%, em maio, e o aumento foi de 6,7% em junho. No Nordeste, a expansão de 8% foi revertida em queda de 2,8%. No Centro-Oeste, houve incremento de 3,3%, ante a alta anterior de 22,5%.
No Sudeste, onde se concentra quase metade do consumo de cimento do país, o aumento de venda de 10,3% em maio inverteu-se: registrou queda de 0,8% em junho. No Sul, o avanço foi de 11,4%, abaixo dos 19,9% do mês anterior.
Projeções
O SNIC reviu a estimativa para o desempenho do setor em 2021. Quando o ano começou, a entidade esperava expansão de 1% a 2% no volume comercializado. Em um cenário base, a expectativa passou a ser de crescimento de 5,8%, para 64,2 milhões de toneladas, segundo Penna.
Se isso for confirmado, a venda de cimento retornará ao patamar de média móvel entre 2015 e 2016, informou o executivo. O auge do setor foi em 2014, com 72 milhões de toneladas. A partir de 2015 entrou em retração da demanda, que perdurou até 2018.
O SNIC traçou também cenário pessimista para o ano, que apontou uma expansão de 4,5%, para 63,4 milhões de toneladas e um otimista, com aumento de 7%, para 65 milhões de toneladas. Representantes de empresas do setor trabalham com 5% a 7% de crescimento.
Autoconstrução e venda para edificações têm respondido por 80% da destinação do cimento. As vendas para varejo ficam com uma parcela de 10%.
A demanda pelo setor de infraestrutura, que já representou 25% por volta de 2011, ainda patina: atualmente, as obras consomem somente 10%. E a expectativa é de que os investimentos das concessões do setor (rodovias, ferrovias, saneamento…) só vão surtir efeito, de fato, a partir de 2023.
Na avaliação de Penna, os dois segmentos continuarão a liderar a demanda pelo insumo, mas tende a haver desaceleração no direcionamento dos gastos dos consumidores para materiais de construção à medida que a vacinação aumentar e o isolamento social diminuir. Isso porque parte dos recursos gastos, anteriormente, com lazer vinham sendo direcionados para melhorias da casa.
O representante setorial ressalta que a demanda para novas construções continuará elevada, considerando-se a expansão dos lançamentos imobiliários residenciais.
FONTE: SITE VALOR ECONÔMICO